Exportação de soja deverá superar US$ 30 bi

A busca da China pela soja brasileira gera resultados cada vez mais lucrativos para as exportações do grão. Quem sai ganhando são as tradings responsáveis por essas exportações, que assim tentam compensar parte da alta dos fretes brasileiros.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) elevou sua estimativa para os embarques da soja.  A entidade começou a calcular as vendas ao exterior em 73,5 milhões de toneladas. Ou seja, 1,4 milhão a mais que o previsto no fim de maio e volume. Recorde quase 8% superior ao de 2017.

Com esse ajuste, a Abiove reduziu de 5 milhões para 3,9 milhões sua estimativa para os estoques finais. Essa colheita já terminou e em 2016 para 2017, foram 5,3 milhões.

Com a soma entre farelo e óleo, a Abiove estima que a receita de todo o “complexo da soja” seja de US$ 37,5 bilhões este ano. Isso é 18,3% a mais que em 2017 e também um novo recorde histórico. Segundo a SECEX e a MDIC, este complexo lidera as exportações do agronegócio brasileiro. O grão é o carro chefe deste setor e é um dos principais itens da balança comercial do Brasil.

Os Estados Unidos e o Brasil dominam as exportações da oleaginosa. Enquanto a China é considerada a maior responsável pela importação do produto. Como resultado, além de um maior volume de exportação, a briga entre as grandes potências torna a venda do grão mais rentável.

Algumas cargas já superam US$ 2 o bushel (medida que equivale a 27,2 quilos) em Paranaguá (PR). Ótima notícia para as tradings e produtoras brasileiras!

Preço da soja

Entretanto, uma alta em excesso pode deixar a soja brasileira com destino ao mercado chinês muito mais cara do que a soja norte-americana. Isso já levando em conta a sobretaxa de 25% imposta por Pequim ao produto dos EUA.

Hoje, a soja que vai para a China sai por US$ 413 a tonelada no Golfo do México com a sobretaxa. Já no Paranaguá, o valor alcança US$ 390.

“Calculo que US$ 2,80 seria um limite para o nosso prêmio. Isso pensando na competitividade do grão americano para a China”, diz analista da consultoria Safras & Mercado.

Nesta mesma época de 2017, em Paranaguá o prêmio pela soja estava em US$ 0,74. “E já era um patamar muito bom para o período”, afirmou Evandro de Oliveira, também da Safras.

Oliveira lembrou que a Argentina não tem oferta para atender à demanda adicional de soja da China. Por isso, a tendência é que o país asiático continue a recorrer mais ao Brasil, seu principal fornecedor.

“O problema é que a soja do Brasil, nessas condições, acaba sendo menos competitiva que a americana em outros mercados fora da China”, ponderou Adriano Gomes, da consultoria AgRural.

Já se fala no mercado que, a depender do aumento da demanda chinesa, é possível que as tradings decidam importar o grão dos EUA – cujas exportações especialmente para outros mercados continuam firmes – para cobrir a demanda no Brasil e liberem mais volumes para atender ao consumo do país asiático.

“É um cenário que está sendo considerado. Devemos ver um aumento de importações, mas nada alarmante”, afirmou Roque, da Safras. No ano passado as importações brasileiras de soja chegaram a 300 mil toneladas.

Fonte: Valor Econômico

 

Julia Onorato

Dpt. de Marketing e Comunicação

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