O avanço produtivo da China vem, dia após dia, redefinindo seu papel no comércio global e demonstrado uma notável expansão em sua capacidade produtividade, consolidando-se como um dos principais players no comércio internacional. Esse crescimento é evidenciado por recordes nas exportações e pelo fortalecimento de setores estratégicos, como o de alimentos enlatados. Entenda um pouco mais sobre esse assunto.
Recorde nas exportações de enlatados
No ano de 2022, as exportações chinesas de alimentos enlatados atingiram um marco histórico. De acordo com dados da Associação da Indústria de Conservas de Alimentos da China (CCFIA), houve um aumento de 12% no volume exportado, totalizando mais de 3,1 milhões de toneladas. Além disso, em termos de valor, as exportações cresceram 22%, alcançando US$ 6,9 bilhões. Esse desempenho, portanto, foi impulsionado por fatores como o aumento dos preços globais dos alimentos e a alta demanda logística durante a pandemia de Covid-19.
Crescimento sustentado nas exportações
O ano de 2024 também foi marcado por um desempenho robusto nas exportações chinesas. O país superou a marca de US$ 3,48 trilhões em exportações, representando um crescimento de 7,1% em relação ao ano anterior. Esse avanço foi particularmente significativo em mercados emergentes, com destaque para a ASEAN, Brasil, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.
Desafios internos e externos
Apesar dos números impressionantes, a China enfrenta, por outro lado, desafios relacionados à sobrecapacidade industrial. A produção excedente em diversos setores, como o de veículos elétricos e imóveis, indica uma lacuna entre a produção e a demanda interna. Como consequência, esse desequilíbrio pode levar a uma dependência excessiva das exportações e a tensões comerciais com outros países.
Implicações para o Brasil e o comércio global
A expansão da capacidade produtiva chinesa oferece oportunidades e desafios para países como o Brasil. Por um lado, há o potencial de aumento nas exportações de commodities para atender à demanda chinesa. Por outro, a concorrência com produtos manufaturados chineses pode impactar a indústria local. É essencial que o Brasil desenvolva estratégias para diversificar sua pauta exportadora e fortalecer setores com maior valor agregado.

Oportunidades para importadores brasileiros: a China como parceira de private label
Com o aumento da capacidade produtiva e, ao mesmo tempo, a busca por novos mercados, a China tem se consolidado como uma fornecedora estratégica para marcas próprias (private label) em diversos segmentos — incluindo alimentos, eletrônicos, cosméticos e utensílios domésticos. Diante disso, empresas brasileiras podem aproveitar esse cenário para importar produtos com sua própria marca, reduzindo custos de produção e, consequentemente, ampliando sua competitividade no mercado local.
Esse movimento é viável graças à estrutura já madura de fábricas chinesas voltadas à customização e à exportação em escala. Empresas de sourcing, feiras internacionais e parcerias com agentes locais têm facilitado esse processo. O momento é oportuno para empreendedores que desejam criar ou expandir linhas de produtos sem a necessidade de desenvolver uma indústria própria.
Conclusão
Portanto, a trajetória de crescimento da capacidade produtiva chinesa é um fenômeno complexo, com implicações significativas para o comércio internacional. Enquanto oferece oportunidades de parceria e crescimento, também exige uma análise cuidadosa dos impactos econômicos e estratégicos para outros países. Monitorar essas dinâmicas será crucial para a formulação de políticas comerciais eficazes e sustentáveis.