Quando falamos em custo de importação, o olhar geralmente se volta ao frete internacional, aos tributos ou à variação cambial. No entanto, existe um componente muitas vezes subestimado – mas que pode representar um custo considerável na operação: a taxa de capatazia.
O que é capatazia?
Capatazia é o nome dado ao serviço de movimentação da carga dentro do terminal alfandegado. Na prática, o processo consiste em descarregar a mercadoria do navio ou avião e movimentá-la até o local de armazenamento. Essa operação inclui etapas como empilhamento, separação para conferência e transporte interno no terminal.
O terminal cobra essa taxa, que pode aparecer de formas diferentes em documentos internacionais, como:
- THC (Terminal Handling Charge) movimentação no país de origem
- THD (Terminal Handling Destination) movimentação no país de destino
Como a capatazia afeta os custos da importação?
Embora possa parecer apenas mais uma taxa operacional, a capatazia pode representar até 1% do valor CIF (mercadoria + frete + seguro) de uma operação – um percentual relevante, especialmente em volumes maiores ou mercadorias com baixo valor agregado.
Além disso, ela impacta diretamente o cálculo dos tributos federais. Isso porque:
- A THC (país de origem) é inclusa no valor aduaneiro da mercadoria, compondo a base de cálculo de tributos como II, IPI, PIS, COFINS e ICMS
- A THD (no Brasil) não deve ser considerada no valor aduaneiro, mas ainda é um custo real e obrigatório para liberação da carga no terminal.
Por que é tão importante entender essa diferença?
Ainda assim, muitas empresas negligenciam a distinção entre a capatazia no país de origem e no país de destino. O problema é que, ao incluir valores indevidos na base de cálculo, o importador corre o risco de pagar impostos a mais – além de possíveis penalidades em caso de auditorias fiscais.
Erros comuns:
- Confundir THC com THD na documentação
- Incluir THD indevidamente na base de cálculo dos tributos
- Não considerar a capatazia na precificação do produto final
Como evitar prejuízos com a capatazia?
Para garantir o correto tratamento da taxa de capatazia em sua operação, é importante que a empresa adote práticas como:
- Verificar atentamente a fatura de frete internacional (BL ou AWB)
- Avaliar os valores incluídos no Siscomex no momento do registro da DI ou DUIMP
- Contar com o suporte de uma consultoria especializada em comércio exterior, como a Linkmex, para estruturar suas operações com segurança fiscal e eficiência logística.
A capatazia pode parecer um detalhe técnico — mas, como todo detalhe na importação, ela faz diferença no final do processo. Ao entender onde ela se aplica e como impacta seus custos e impostos, sua empresa ganha mais controle, previsibilidade e competitividade.