Um levantamento da ABS mostra que a Austrália fez investimentos de cerca de US$ 3,33 bilhões no Brasil. Com isso, o país mantém sua posição como principal destino dos investimentos australianos na América Latina.
Greg Wallis, cônsul geral da Austrália no Brasil, aposta no potencial agrícola, com recursos naturais e de fabricação do país. Isso torna o Brasil o país mais atrativo da América Latina para as grandes corporações.
“Os investimentos são diversificados e ultrapassam o setor de mineração, como a produção de minério de ferro e a exploração de petróleo. A Austrália fez grandes investimentos em energia renovável, logística, serviços on-line e manufatura. Também investiram em agronegócios, serviços financeiros, seguros e varejo de moda, no Brasil”, afirma Wallis.
Wallis também atua como Comissário Sênior de Comércio da Austrade (Comissão Australiana de Comércio e Investimento). Ou seja, ele é responsável pelo intercâmbio de negócios entre os dois países.
O cônsul destaca outro ponto importante que atrai o interesse dos australianos. “Depois de passar por uma profunda e prolongada recessão, o país dá sinais de recuperação. Além disso, temos a nona maior economia do mundo e um mercado consumidor de cerca de 140 milhões de pessoas. O que estimula investimentos e negócios na área de serviços domésticos, varejo e comércio on-line”, completa Wallis.
Para o diplomata, esse potencial seria mais bem aproveitado se o Brasil contasse com um ambiente mais favorável para negócios. Ou seja, um ambiente sem uma pesada burocracia e com um regime melhor de tributação. A carga de impostos representa um grande nó para a competitividade e produtividade brasileira. Com isso, o país cai para a incômoda 125ª posição no ranking dos países que oferecem mais facilidades para negócios. Wallis explica que esses fatores inibem e, até mesmo, fazem com que as empresas australianas desistam de investir no Brasil.
“Muitas corporações priorizam os mercados americano, europeu e asiático porque são mais fáceis e próximos. Mas, é preciso considerar que, para ser uma empresa verdadeiramente global, precisa-se estar presente em um mercado tão grande quanto o brasileiro. Diante disso, é preciso fazer uma avaliação mais detalhada em relação aos investimentos, estudando e avaliando como garantir retorno e crescimento sustentado”, afirma o representante diplomático.
“É preciso estar atento a este ponto de vista e lançar um novo olhar sobre o país”, completa.
Fonte: Comex do Brasil